Rafael Rodrigues
Sunday, June 25, 2006
 
 
 
Jornal O Globo - Encontros com Sabino

EXPOSIÇÃO:

em outubro, Bernardo Sabino, filho do escritor, estréia a mostra “Encontro marcado com Fernando Sabino”, em Belo Horizonte. No fim de outubro, a exposição vem para o Rio, onde ocupa o Centro Tom Jobim — Cultura e Meio Ambiente, e depois segue para a Cinemateca Brasileira, em São Paulo. A ambientação é do arquiteto João Uchôa.



DOCUMENTÁRIOS:

Bernardo rodou com Feliciano Coelho e Marinho Antunes o documentário “Encontro marcado com Fernando Sabino”, produzido pela Sala 2 CinemaVídeo. Com 26 minutos, o filme traz depoimentos de amigos como Ivo Pitanguy, Carlos Heitor Cony e Afonso Romano de Sant’anna. O documentário concorre a uma vaga na competição do Festival do Rio. Bernardo está captando recursos para outro documentário, uma biografia que falará desde as origens da família até a trajetória do escritor.



FILME:

Bernardo e Rogério Gomes vão adaptar “Um corpo de mulher”, filme que deverá ser produzido por Diler Trindade.



DVD:

a Biscoito Fino vai lançar em DVD o documentário de Bernardo e os 11 curtas-metragens que Sabino fez com escritores como Drummond e Guimarães Rosa.



MOSTRA:

o Festival do Rio vai homenagear Sabino com uma mostra dos 11 curtas.



PEÇAS:

Marcelo Andrade, que já montou “De Minas a Nova York” e “O grande mentecapto”, também vai levar aos palcos “Cartas perto do coração”, inspirada no livro de correspondências entre Sabino e Clarice Lispector, e a peça inédita “Noite única”. Eduardo Mansur, por sua vez, vai levar aos palcos “O tabuleiro de damas”.



ÓPERA:

Wagner Tiso planeja, no ano que vem, transformar “O grande mentecapto” em ópera.



INTERNET:

Bernardo está digitalizando o acervo do pai e vai lançar um site junto com a exposição.



SHOW:

filha do escritor, a cantora Verônica Sabino vai receber convidados que participaram das trilhas sonoras de filmes baseados na obra do pai. O show, que tem direção musical de Wagner Tiso, acontecerá durante a exposição em Belo Horizonte e no Rio.



MUSEU:

Bernardo negocia com o governo de Minas para fazer em Belo Horizonte o Memorial Fernando Sabino, na Praça da Liberdade — uma das primeiras casas da praça foi do pai de Sabino.



LIVROS:

uma das filhas do escritor está escrevendo um texto com pequenas histórias sobre o pai. O jornalista Humberto Werneck escreve uma biografia dos quatro amigos mineiros — Sabino, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino — para a Objetiva.



O ENCONTRO MARCADO:

O livro, que foi lançado em outubro de 1956, pode ganhar uma edição comemorativa do cinqüentenário. À época, ele foi editado pelo próprio Sabino sob o selo Sabiá. Depois, o título foi para a Editora Record e lá já está na 80 edição, com 260.300 exemplares vendidos. “Em Belo Horizonte, várias pessoas liam escondidas porque os professores proibiam”, diz Bernardo. O livro, hoje um clássico, provocou polêmica porque, explica ele, tinha idéias avançadas para a época e quebrou padrões conservadores.

 
 
Mauro Ventura


Alguns dos 5.400 livros já deixaram as estantes, mas de resto pouca coisa mudou no apartamento de Fernando Sabino na Rua Canning, em Ipanema. Ainda está lá o sofá da sala, onde costumava cochilar.



— Ele cismava que o sofá o expulsava para fora e me pediu para botar um calço — conta Pedro Sabino, filho do escritor.



Também estão lá o capacete da Scotland Yard que ele ganhou da corporação inglesa após uma crônica, o painel de fotos em preto-e-branco que montou com imagens de parentes e amigos, além da pequena bateria.



— Ele achou que era melhor comprar uma de criança porque assim ela caberia na casa — explica Pedro.



Permanecem os CDs e LPs de jazz, as duas secretárias eletrônicas com que afastava os indesejados, a foto em que aparece ao lado de Che Guevara, a plaquinha “Aqui vive um solteiro feliz”, os bonecos em miniatura dele e dos amigos, a cadeira de balanço austríaca que herdou do pai, o relógio de parede a que dava corda toda sexta-feira e os troféus — entre eles o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras.



Numa mesa, vê-se o computador onde escrevia os livros e, num canto, a velha máquina de escrever portátil.



— Ele reclamava de tudo que é jeito do computador e, de vez em quando, recorria à máquina de escrever. Dizia: “Tanto a mulher quanto o computador têm uma lógica que lhes é peculiar” — lembra Pedro, responsável por testamento pela obra do pai.



O pequeno bar conserva as garrafas de uísque. Ele era tão organizado que anotava num caderninho as doses que tomava, para ver quanto tempo durava uma garrafa. Bebia duas doses por dia e tinha que levar exatamente uma hora para tomar cada uma. Um mês por ano, ficava sem beber. Na agenda, desenhava um copo e fazia um risco no meio.



O apartamento de um quarto é simples, mas acolhedor, espartano, porém hospitaleiro. Os objetos serão divididos entre os sete herdeiros e o acervo — cartas, documentos, fotos — vai para a Casa de Rui Barbosa. Os livros são tantos que se espalham do escritório para o quarto, a cozinha e o banheiro.



Um ano e meio após a morte do escritor mineiro, as homenagens estão apenas começando. O aniversário de 50 anos de seu maior clássico, “O encontro marcado”, motiva uma longa lista de celebrações. A maior delas é a exposição que seu filho Bernardo organiza para outubro. Outra filha está escrevendo uma livro sobre o pai. Filmes, peças, ópera e show também estão na pauta de comemorações.



Pedro e a Editora Record estudam o lançamento de uma edição comemorativa do romance protagonizado por Eduardo Marciano. Nos meses que antecederam sua morte — em 11 de outubro de 2004, na véspera de completar 81 anos — Sabino trabalhava num livro que retomava seu personagem mais famoso. Ele não chegou a concluir o romance, intitulado “A resposta”. Escreveu cerca de três capítulos do que classificava de “autobiografia não autorizada por mim mesmo” ou “memórias póstumas antecipadas não autorizadas”. No livro, narrado por Marciano, personagem e autor contracenam. É como se agora Marciano falasse de Sabino — daí o nome, “A resposta” (leia trechos na página 2). A obra permanecerá inédita, porque em seu testamento o escritor proibiu lançamentos

post mortem

.



Logo após a morte do pai, Bernardo visitou a casa e descobriu, no alto do armário do quarto, dezenas de latas de filmes. Além de escritor, Sabino era cineasta e deixou um material inédito que vai ser recuperado pela Cinemateca Brasileira. Trabalhos como “Tapete persa”, documentário que ele fez no Irã para o governo federal, um programa sobre o México, uma conversa com Johnny Weissmuller, o Tarzan, e até uma entrevista com Alfred Hitchcock feita em Super-8.

 
Sunday, June 11, 2006
  teste
Ela me conhece desde pequeno. Não lembro ao certo com que idade a vi pela primeira vez, mas creio que foi por volta dos meus cinco anos.

Filha de uma vizinha, ela ajudava minha mãe nas atividades domésticas. Família simples, gente honesta. Era como minha irmã de criação.

Sempre que podiam, meus pais ajudavam a sua família. Uma mão lava a outra, e não sei quem lavou a de quem primeiro. E isso pouco importa. Read more »
 
Sunday, January 29, 2006
  Amor, apenas
Ele não poderia apenas dizer a ela "Eu te amo". Tinha que ir na porta da sua escola, com seu violão e cantar "Don´t Let Me Down" dos Beatles. E ainda levar consigo dois amigos para lhe acompanharem. Seriam três vozes, três instrumentos, com apenas uma finalidade.

Ele imaginava que nos versos "I´m in love for the first time" ela já estaria entregue a sua poesia, pois não sabia os últimos versos da canção... [Leia o texto na íntegra]
 
Monday, December 05, 2005
  Parte II (Final)
Todos estavam do lado de fora, para assistir aquele show. O aniversariante já estava em cima da caminhonete dançando com a stripper, o pai dele olhando tudo empolgadíssimo, o DJ da festa também conosco. Como tudo que é bom dura pouco, aparece a mãe do nosso colega acabando com a alegria de todos. O pai dele, que de bobo não tem nada, logo que viu a esposa, engrossou a voz e disse em alto e bom som: "acabou a brincadeira".

Se o problema fosse somente isso, seria uma maravilha. Agora entra o pai da garota, citado dois parágrafos acima. Ele foi buscá-la e acabou vendo tudo. É claro, pensou que nosso amigo estava envolvido na brincadeira e quase o namoro dos dois vai por água abaixo por conta disso.

Começaram as discussões. Ele, irritadíssimo com o esporro que levara do recém-sogro, queria descontar sua raiva em todos. Exceto em mim, que sou muito amigo dele até hoje e tentava lhe acalmar. Briga de lá, briga de cá, um outro amigo que até então eu não citei que por sinal faz aniversário no mesmo dia que eu, e às vezes é um chorão, justamente como eu, caiu em prantos.

Eu também, claro.

Estávamos todos bêbados, e o choro serviu pra que houvesse uma reconciliação geral. Depois das declarações de amor - sim, um dizendo que amava o outro, depois de uma discussão sem precedentes em toda a história da humanidade - fomos todos em busca de mais cervejas. Que haviam acabado.

Foi um tal de jogar gelo em outro e querer jogar fulano, sicrano e eu, dentro do freezer que não está no gibi.

Depois de esfriarmos as cabeças, fomos para a boate. Eis que agora vem o vergonhoso.

Eu estava sob efeito de cerveja e uísque, em percentagens que até então não havia conhecido. Tentava dançar alguma coisa, só não lembro o quê. A única coisa que lembro foi de quando embolei uma perna na outra e saí capengando do meio da boate até o canto em que estava o som do DJ.

Derrubou o som. A boate parou. O povo se calou.

Vieram, preocupados, me socorrer. Mas estava tudo bem, o problema era o som. Arrumamos tudo de novo, e demos prosseguimento à festa. Voltei a dançar, com mais cuidado dessa vez. Não falávamos mais em nada, a não ser em como eu consegui fazer aquilo.

Até hoje, quando nos reunimos pra conversar, tentamos entender. Do resto, esquecemos.
 
  Parte I
Deveria ser um dia de festa, aniversário de 18 anos de um colega com uma situação financeira bem confortável. Isso significa "festa de arromba".

Iríamos todos da sala, praticamente. Estávamos no 3º ano do colégio, e para nós, tudo era festa. Era o último ano que teríamos juntos. Depois, cada um iria pro seu lado, como de fato aconteceu. Poucos mantiveram contato.

Sempre que saíamos juntos, falávamos na despedida, no dia em que nosso ano letivo teria fim, nos vestibulares que faríamos e na amizade que duraria eternamente. Acontece que palavras ditas regadas a cerveja podem ter a graça de uma boa notícia e a infelicidade de um mal entendido. Foi o que aconteceu naquele dia.

Enquanto tomávamos uísque 12 anos, um de nós propôs: "vamos chamar uma stripper". Não com essas palavras, claro.

Todos concordamos imediatamente. O plano era o seguinte: seria uma surpresa nossa para o aniversariante. Ela não entraria no espaço que a família dele alugara, faria o striptease na cabine de uma caminhonete. Seria tudo discreto, só nós saberíamos disso.

Bem, esse ERA o plano.

Recolhemos o dinheiro, e apareceu o primeiro entrave: um de nossos amigos, que estava acompanhado de sua namorada, não concordou. Tentarei ser o mais sucinto possível: ele conseguira a muito custo que o sogro a liberasse para ir pra essa festa. O pai dela é bem conservador. Eles passaram quase dois anos namorando escondidos por causa disso, só a mãe dela sabia.

Mesmo sem sua bênção, chamamos a stripper.
 

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Rafael Rodrigues, Eduardo Leite, Thiago Augusto

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